sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Experiência dos conselheiros cidadãos pelo meio ambiente

Por Denise Freitas
PMS - Mesa sobre o Fortalecimento
 da gestão ambiental
O Conselho Municipal de Meio Ambiente (CMMA) de Cotriguaçu, criado em 2006, pela lei municipal nº 459, não efetivou a composição dos seus conselheiros. Portanto, em 2009, houve a alteração da lei de criação do conselho, pela lei municipal nº 623, tendo a composição formada em 2010, pelo decreto municipal nº 555. Como muitos conselhos municipais, este encontrou dificuldades para que pudesse reunir-se regularmente e os conselheiros não tiveram motivação para participar.
Contudo, em 2011 surgiu um incentivo, através do Projeto Cotriguaçu Sempre Verde, desenvolvido pelo Instituto Centro de Vida (ICV) e parceiros, que uma das linhas de atuação teve como objetivo o fortalecimento da gestão ambiental. Com esse apoio, o CMMA foi reativado, houve a criação do Fundo Municipal de Defesa de Meio Ambiente (FUMDEMA), visando captar e aplicar recursos para ações socioambientais no município, além do desenvolvimento do projeto “Semeando Novos Rumos em Cotriguaçu”, entre o início de 2011 e meados de 2012, quando foi apresentado ao financiador BNDES/Fundo Amazônia (ver figura da linha do tempo do CMMA.
Mas como todo grande projeto, surgiram as dificuldades, como o receio de não alcançarmos o objetivo da aprovação do projeto, bem como a mudança de gestão da prefeitura municipal que ocorreu durante a fase de análise do projeto. Para a garantia dos trabalhos, o conselho convocou os candidatos a prefeitos para uma reunião com o objetivo de apresentar o projeto. Neste momento, com algumas regras estipuladas para que a reunião no se tornasse um debate eleitoral, o conselho teve o retorno dos candidatos que estariam apoiando o projeto.
Agora no final de 2014, o projeto foi aprovado e o convenio assinado entre prefeitura municipal e o BNDES/Fundo Amazônia. Com isso, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) criada por influência do projeto ganhará uma sede própria através do projeto, ocorrerá a recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APPs) degradadas e serão implantadas seis Unidades Demonstrativas de manejo sustentável de pastagens.
Neste processo de construção do projeto, o conselho teve um papel importante em decisões das prioridades de ações, como, um espaço adequado para as decisões ambientais. Também foi no conselho que o nome do projeto foi definido. Já na implementação do projeto, o CMMA também irá participar no acompanhamento e monitoramento das ações e na definição das propriedades que terão prioridade nas recuperações e as que receberão as Unidades Demonstrativas.
Este fortalecimento e o projeto geraram demandas de aprofundamento nas questões ambientais, de maneira que os conselheiros pudessem avaliar adequadamente as situações geradas em nosso município. Com isto, em 2012, houve duas capacitações aos conselheiros realizadas pelo ICV, que abordou temas como licenciamento ambiental, legislação ambiental, situação econômica ambiental e social, noções de uso das imagens de satélite que monitoram o desmatamento e queimadas.
O conselho também foi estimulado através do acesso a informações pertinentes sobre o papel importante de cada conselheiro, seus direitos e deveres, considerando que cada um está representando a um setor ou grupo da sociedade cotriguaçuense e que deve trazer o conhecimento de sua comunidade, bem como repassar de informações para seus pares.
A partir destes conhecimentos, os conselheiros definiram as prioridades de trabalho para o município de Cotriguaçu com as criações das Câmaras Temáticas de: Desmatamento e Queimadas; Resíduos Sólidos; Educação Ambiental e Regularização Fundiária e Ambiental.
Assim, o conselho absorveu as demandas que estavam surgindo em relação ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), criado pelo Programa Estadual MT Legal como mecanismo de regularização ambiental das propriedades rurais. Nesse sentido, o CMMA entendeu que poderia fortalecer o FUMDEMA através da cobrança de uma taxa simbólica dos pequenos produtores, com propriedade de até 4 módulos ficais dessem entrada no CAR na Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente. Para aqueles que tivessem área das margens dos rios para recuperar, a taxa teve um acréscimo no valor conforme o tamanho da área.
O conselho também trabalhou efetivamente na construção da Política Municipal de Meio Ambiente (PMMA) e na Campanha “Queimar não é legal”. A PMMA discutida intensivamente no conselho para que refletisse a realidade de Cotriguaçu, foi aprovada esse ano. Após a finalização da proposta de lei, o conselho envio para a Câmara de Vereadores, porém percebeu-se as dificuldades do legislativo em priorizar a análise desta. Mas, os conselheiros não desanimaram e sentiram-se fortes em cobrar do legislativo pela demora dos trabalhos, levando a PMMA a entrar na pauta e ser aprovada por unanimidade.
Apresentação sobre as experiência do
Conselho Municipal de Meio
 Ambiente de Cotriguaçu/MT 
 Quanto à campanha de combate as queimadas ilegais, o conselho definiu visitar as escolas em locais que estavam com o alvo maior de focos de queimadas para informar a todos os prejuízos da utilização do fogo, inclusive de maneira descontrolada e o período proibitivo.
Oficina FGAM-AC
Por todo esse trabalho, o CMMA está se tornando uma referência a muitos municípios, como um conselho ativo na gestão ambiental municipal. Sendo que a Secretária Executiva do CMMA já apresentou este grandioso trabalho no município de Nova Bandeirantes-MT, em Rio Branco-AC e em Cuiabá-MT no Programa Mato-grossense de Municípios Sustentáveis (PMS).

Assim, todos os conselheiros estão de parabéns pelas suas contribuições que levam ao efetivo trabalho do CMMA.